Os agrotóxicos estão ligados ao desaparecimento das abelhas?

Alguns países têm reportado queda na população de abelhas, fato que ficou conhecido como CCD (sigla em inglês para Colony Collapse Disorder) ou Síndrome do Colapso das Colônias. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), não há nenhuma evidência científica de casos no Brasil. Porém, o fenômeno chamou a atenção de pesquisadores nos últimos anos e está sendo estudado em todo o mundo, devido à importância desses insetos para o nosso ecossistema.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 75% dos cultivos destinados à alimentação humana, no mundo, dependem das abelhas.

Elas são as mais importantes polinizadoras do planeta. Além de permitir a reprodução das plantas, a polinização também aumenta os níveis de produtividade das lavouras e resulta na produção de frutos de melhor qualidade e maior número de sementes.

Impactos do desaparecimento das abelhas

O desaparecimento das abelhas e outros polinizadores potencialmente eliminaria, por exemplo, o melão, a melancia e o maracujá, para citar apenas algumas das culturas que dependem da polinização

Toda a cadeia alimentar seria afetada pelo desaparecimento dos polinizadores: muitas plantas precisam deles para formar suas sementes e frutos, que servem de alimento para diversas aves que, além de terem o importante papel de dispersores, fazem parte da cadeia alimentar. Sendo assim, o desaparecimento das abelhas afetaria diretamente a biodiversidade e, assim, a oferta de alimentos e de insumo para diversas indústrias, como a farmacêutica e a têxtil. Com as abelhas e outros polinizadores extintos, o trabalho de polinização precisaria ser feito manualmente pelo ser humano. No entanto, o processo de polinização artificial não garante a qualidade da produção e impacta no custo final dos produtos agrícolas. O impacto econômico da extinção dos polinizadores também seria percebido, especialmente das abelhas, já que contribuem para a geração de renda no campo, seja pela produção de mel, própolis e cera ou pela polinização assistida, prática que consiste no aluguel de abelhas para ajudar a melhorar a produção nas lavouras de culturas dependentes da polinização.

Quais as causas da queda na população de abelhas?

De acordo com os estudos recentes, as causas do desaparecimento das abelhas, observado em algumas regiões, são múltiplas, sendo as principais delas:

  • Desmatamento;
  • Má nutrição – alimento e água não disponíveis ou de difícil acesso;
  • Poluição;
  • Vírus e fungos;
  • Aquecimento global;
  • Uso incorreto de agrotóxicos (sem respeitar as recomendações da bula e as boas práticas agrícolas).

Para as abelhas, o desmatamento e a poluição, consequências do avanço das cidades, significam a perda de seu habitat e da disponibilidade de água e alimento (pólen), dificultando a sua sobrevivência. Independentemente de onde você mora, é possível contribuir plantando vegetação atrativa para as abelhas, como manjericão, alecrim, lavanda, margaridas e gerânio. 

Elas são muito sensíveis às questões climáticas, portanto as temperaturas mais altas, secas, inundações e outros eventos climáticos extremos também contribuem para o seu desaparecimento. Para enfrentar a mudança climática, a Syngenta está investindo em inovação e sustentabilidade. É importante lembrar que o uso correto de defensivos agrícolas não compromete a polinização realizada por abelhas.

Os defensivos passam por um processo de avaliação intensa junto aos órgãos regulatórios até a obtenção de registro. Na prática, isso significa que foram realizados diversos estudos que comprovaram que o defensivo pode ser utilizado de maneira a não causar danos aos organismos vivos e nem afetar o ecossistema. Portanto, quando aplicados de forma responsável, seguindo as orientações indicadas nos rótulos, nas bulas e da receita agronômica, os defensivos agrícolas oferecem proteção para os cultivos e são seguros para os polinizadores. O uso incorreto, por sua vez, deve ser combatido porque gera um risco não só às abelhas, mas à segurança dos seres humanos e do meio ambiente.

 

Boas práticas agrícolas

A Syngenta sabe da importância das abelhas e reconhece a necessidade de sua preservação, afinal muitas culturas com as quais trabalhamos dependem da polinização realizada por elas.

Entre as ações que desenvolvemos está o investimento em treinamento para os agricultores para que estejam capacitados a utilizar os agrotóxicos corretamente, respeitando as orientações da bula e do receituário agronômico e fazendo uso das boas práticas agrícolas.

Para facilitar o entendimento do agricultor ao conteúdo das bulas, a Syngenta possui um projeto de videobulas. Tratam-se de vídeos curtos que apresentam de forma simples, rápida e visual as principais recomendações de segurança para uso dos defensivos.

Como exemplo de boas práticas específicas para a proteção dos polinizadores, é importante que seja evitado o uso de agrotóxicos durante a florada ou no período de visitação das abelhas. Também é fundamental o diálogo entre os agricultores e os seus vizinhos criadores de abelhas.

Como parte do nosso compromisso com a sustentabilidade, nos últimos 8 anos, no Brasil, a Syngenta ofereceu treinamentos de boas práticas agrícolas para mais de 144 mil pessoas e realizou, direta ou indiretamente, 2.191 dias de campo em 25 Estados da Federação e no Distrito Federal. 

Iniciativas da Syngenta para Polinizadores

Conheça as iniciativas e algumas parcerias da Syngenta voltadas para a conservação de polinizadores, passando pela sustentabilidade da agricultura, da apicultura e meliponicultura brasileiras

A.B.E.L.H.A.

Por meio da CropLife Brasil, a Syngenta integra a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.), entidade cuja missão é reunir, produzir
e divulgar informações, com base científica, que visem à conservação da biodiversidade brasileira e à convivência harmônica e sustentável da
agricultura com as abelhas. Saiba mais em https://abelha.org.br.

Dentro do trabalho de produção, divulgação científica e de educação, destacam-se dois projetos:

  1. Atlas da Apicultura no Brasil: a partir de convênio com o IBGE, já está disponível o primeiro conjunto de camadas do Atlas. A meta é ter um banco
    de dados completo da apicultura no Brasil, a partir de fontes oficiais.
  2. Protocolo de Cooperação com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): a A.B.E.L.H.A. mantém parceria com o
    Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e com o IBAMA para fomentar projetos científicos que podem contribuir para aumentar o conhecimento
    sobre polinizadores. Duas Chamadas Públicas foram realizadas, totalizando R$ 5,4 milhões investidos em 18 projetos, no período de 2017-2025.

GeoApis

Especialista em monitoramento, prevenção e mitigação de mortalidade de abelhas, a GeoApis oferece soluções e projetos socioambientais para promover a coexistência harmônica entre a produção agrícola e a criação de abelhas do entorno. Combinando ferramentas digitais (aplicativo e plataforma) e o trabalho de campo com práticas de ESG, sua atuação estabelece uma ponte de comunicação entre a apicultura e a agroindústria, protegendo a saúde das abelhas, inclusive nativas, sobretudo durante a aplicação de defensivos agrícolas. A GeoApis amplifica, organiza, mitiga ou reduz os impactos na natureza através da construção de relacionamentos de valor com o entorno para que produtores agrícolas e criadores de abelha alimentem o mundo de maneira mais sustentável. Saiba mais em https://geoapis.tech/.

 

Coexistência

Obtivemos um grande sucesso na redução da taxa de mortalidade de abelhas nas regiões onde o projeto foi implementado, incentivando a comunicação entre o agricultor e o apicultor, que podem e devem conviver em harmonia, mesmo em plantações que não dependam diretamente da polinização.

Meliponários

O projeto visa ensinar a importância da preservação das espécies de abelhas nativas tanto para o ecossistema quanto para a agricultura, e está instalado em três cidades: Rio Claro, Ribeirão Preto e São Paulo.

Polinização Assistida do Café

AgroBee é uma ag start-up cuja missão é promover a integração no campo entre produtores rurais e criadores de abelhas, viabilizando uma relação de ganhos mútuos, de promoção de uma agricultura sustentável e de conservação do meio ambiente. A principal atividade da AgroBee é o serviço de polinização assistida de cultivos agrícolas. Saiba mais em https://www.agrobee.net/.

Na safra 2021-2022 do café, a Syngenta e a AgroBee realizaram um piloto com as seguintes características:

Área total tratada110 hectares – 11 fazendas, 8 apicultores
Regiões geográficas estudadasCerrado Mineiro; Sul de Minas; Mogiana Paulista
Variedades estudadasCatuaí vermelho; Arara; Paraíso; Topázio
Número de colmeias alugadas para o projeto440 colmeias de Apis mellifera
Período das floradas principaisEntre 2ª quinzena de setembro e 1ª quinzena de outubro
Período das colheitasEntre 2ª quinzena de maio e 1ª quinzena de agosto
Metodologia de colheitaManual e mecanizada

Quer se aprofundar no assunto e saber mais sobre os polinizadores? Acesse gratuitamente o e-book “A polinização agrícola por insetos no Brasil”.