Integração Lavoura-Pecuária-Floresta: entenda como funciona esse sistema

Sustentabilidade
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A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) como o próprio nome sugere, integra diferentes sistemas produtivos em uma mesma área, gerando benefícios mútuos a partir da interação entre eles. Alguns exemplos, considerando as práticas mais comuns no Brasil são: integração de soja e de milho com pecuária. 

Estima-se que na safra 2020/21, cerca de 18 milhões de hectares foram cultivados com alguma configuração de ILPF no Brasil. A expectativa é ampliar essa área para 35 milhões de hectares até 2030.

O crescimento constante na adoção do sistema demonstra que os produtores estão, cada vez mais, dominando a tecnologia. Da safra 2015/16 até a safra de 2020/21, houve um aumento estimado de 52% de áreas com ILPF no Brasil, conforme mostra o gráfico a seguir:

ILPF

Como a ILPF funciona na prática?

A ILPF pode ser exercida de diferentes formas, com inúmeras variações de culturas e espécies animais, conforme as características da região, as condições climáticas, o mercado local e o perfil do produtor. Assista ao vídeo para saber mais: 

No geral, as árvores (floresta) são plantadas e permanecem no sistema por mais tempo, enquanto as atividades agrícola e pecuária são alternadas, em sucessão ou em consórcio. 

Há várias possibilidades de combinação entre os componentes da técnica, considerando o espaço e o tempo disponíveis. Portanto, não existe um modelo ideal de implantação que se ajuste a todas as propriedades, e sim o mais adequado para um determinado cenário.

Quais são as principais vantagens da integração lavoura-pecuária-floresta?

A integração de diferentes sistemas produtivos pode gerar diversas vantagens ao meio ambiente, como: 

  • redução da abertura de novas áreas para fins agropecuários;
  • otimização e intensificação da ciclagem de nutrientes no solo;
  • melhoria do bem-estar animal, em decorrência do maior conforto térmico;
  • aumento da biodiversidade e do controle dos processos erosivos, com a manutenção da cobertura do solo;
  • elevação da produtividade de áreas degradadas quando aliada a práticas conservacionistas, como o plantio direto; 
  • mitigação das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Vale ressaltar que não é necessário implantar o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta em toda a área de produção para obter bons resultados. Pesquisas conduzidas pela Embrapa Cerrados - Distrito Federal mostram que, se implantado em apenas 15% da área, já é suficiente para compensar todas as emissões de gases de efeito estufa gerados pelos animais e pela pastagem.

A implantação do sistema também gera benefícios para o produtor que, além de implementar um uso mais eficiente dos recursos - como solo, mão de obra e insumos -, ainda pode obter:

  • estabilidade econômica, com redução de incertezas e riscos (climáticos e de mercado) devido à diversificação da produção;
  • redução de custos a médio e longo prazo;
  • melhoria na qualidade de vida.

Além desses, a adoção da ILPF agrega benefícios sociais, que compreendem: 

  • geração de empregos diretos e indiretos;
  • aumento e melhor distribuição da renda;
  • crescimento da competitividade do agronegócio brasileiro;
  • contribuição para a segurança alimentar do país.

ILPF: quem pode adotar esse sistema?

Pequenos, médios e grandes produtores podem adotar o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Porém, antes de iniciar um projeto de ILPF, é necessário realizar um estudo prévio e considerar alguns pontos, como: 

  • características da propriedade;
  • maquinário e mão de obra disponíveis;
  • logística para chegada de insumos e escoamento de safra;
  • existência de mercado consumidor, etc.

Para orientar o produtor e ajudar nas tomadas de decisão, considerando as características e objetivos da propriedade, o recomendado é contar com apoio de um profissional de assistência técnica qualificado.

No site da Associação Rede ILPF, é possível verificar diversos casos de sucesso de produtores que aplicaram o sistema em suas propriedades rurais, nos diferentes biomas existentes no Brasil. 

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para uma agricultura regenerativa

Até algumas décadas atrás, produzir grãos, cultivar florestas e criar gado na mesma área era algo improvável. Atualmente, isso é possível graças aos avanços tecnológicos. A estratégia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta prova que é possível produzir de forma mais sustentável, gerando excelentes benefícios para o agricultor e para o meio ambiente.

A Syngenta não mede esforços a fim de intensificar práticas que corroboram para uma agricultura regenerativa e se orgulha por ser parte da Rede ILPF e por ter contribuído com sua fundação.