O papel da rotação de culturas na conservação do solo

Sustentabilidade
O papel da rotação de culturas na conservação do solo

A rotação de culturas é uma técnica agrícola que consiste em alternar o cultivo de espécies, de forma regular e planejada, em uma mesma área e em um determinado período. É considerada uma boa prática para a produção de alimentos pois auxilia no aumento da produtividade e na conservação do solo, além de gerar benefícios a longo prazo para o produtor.

Essa técnica é um dos pilares da agricultura regenerativa, também conhecida como positiva, conceito que visa uma série de práticas para conservar e recuperar o solo, essencial para a evolução da sustentabilidade agrícola

Implicações da monocultura e da sucessão de culturas

A monocultura – plantação de uma única espécie vegetal durante várias safras – é praticada geralmente em latifúndios e pode provocar impactos ambientais, como a exaustão do solo, acarretando o esgotamento de seus nutrientes, a retirada da cobertura vegetal e o desequilíbrio ecológico.

Já a sucessão de culturas – alternância entre duas culturas na mesma área, mas em diferentes estações do ano –, pode causar alguns impactos como degradação física, química e biológica do solo, prejudicando a produtividade e favorecendo a incidência de plantas daninhas, pragas e doenças.

Uma das maneiras de evitar esses problemas é adotar práticas sustentáveis alinhadas à agricultura positiva, que ajudam a conservar e proteger o solo a longo prazo, como é o caso da rotação de culturas.

Por que adotar a rotação de culturas?

A rotação de culturas tem se mostrado uma prática essencial para ampliar a estabilidade da produção das culturas frente às variações climáticas. Adotar essa técnica proporciona diversos benefícios para o sistema produtivo:

  • Ajuda na recuperação do solo

Diferentes espécies contribuem com a diversificação da matéria orgânica, o que auxilia na realização da ciclagem de nutrientes, melhorando as características físicas, químicas e biológicas do solo.

O cultivo de espécies alternando diferentes tipos de sistemas radiculares favorece a descompactação do solo, aumentando a porosidade, a capacidade de infiltração de água e a aeração, além de contribuir para o aumento da atividade biológica e melhorar as condições nutricionais das plantas.

  • Auxilia no controle de pragas, doenças e plantas daninhas

Com a alternância de culturas na lavoura, o ciclo das pragas e doenças é quebrado. Isso acontece porque o plantio da espécie hospedeira é alternado com o de outra que não beneficia o desenvolvimento da praga ou patógeno, levando à sua diminuição ou desaparecimento.

  • Aumenta a produtividade

O principal resultado da rotação de culturas é o aumento da produtividade, que pode alcançar um patamar de crescimento de 10% a 15%. Por alternar o cultivo de diferentes espécies em uma área, a técnica torna o solo mais fértil, não havendo necessidade de utilizar novas áreas para o plantio, o que também contribui para a redução do desmatamento.

  • Diversifica a renda do produtor

Por não cultivar a mesma cultura todos os anos, permite a diversificação da renda da propriedade, minimizando os riscos de mercado e de clima, característicos da produção agrícola. 

Rotação de culturas: como aplicar na lavoura

Para obter uma boa rentabilidade da produção ao realizar a rotação de culturas, é preciso que o agricultor realize um planejamento de médio e longo prazo, de preferência com a ajuda de um profissional técnico. Para a escolha das espécies, devemos levar alguns fatores em consideração:

  • considerar os propósitos de recuperação do solo e do retorno comercial;
  • utilizar cultivos com exigências nutricionais e aproveitamento nutritivo diferentes;
  • mesclar culturas com sistemas radiculares distintos, (ex.: gramíneas e leguminosas) para obter um efeito residual positivo para o solo e para a cultura sucessora. Alguns exemplos de combinações que integram a prática de rotação de culturas são: algodão, pastagem e soja; soja, girassol e milho;
  • conhecer o histórico da região e utilizar espécies adaptadas às condições edafoclimáticas (clima, relevo, temperatura, tipo de solo, umidade do ar, etc.).

Vale lembrar que não é necessário fazer a rotação de uma única vez em toda a lavoura, sendo possível realizar a alternância em uma parte da área a cada ano.

Confira o vídeo relacionado a esse assunto:

 

Conheça as ações da Syngenta para uma agricultura regenerativa

A Syngenta reconhece que uma agricultura regenerativa e verdadeiramente positiva é parte essencial na superação dos desafios da agricultura e coloca-se ao lado dos produtores na missão de alcançar uma agricultura cada vez mais sustentável.