Conservação do solo e as boas práticas da agricultura regenerativa

É fato que o agronegócio tem papel fundamental na missão de alimentar o mundo. Só o Brasil é responsável pela alimentação de 800 milhões de pessoas, cerca de 10% da população global, segundo o estudo divulgado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Mas será que é possível produzir alimentos sem prejudicar o meio ambiente e prezando pela conservação do solo?
Esse é um dos grandes desafios do setor. De acordo com a publicação do The Guardian, cerca de 40% do solo mundial se encontra degradado. No entanto, atualmente existem novos sistemas e tecnologias para atender à demanda com mais sustentabilidade.
O conjunto de técnicas e boas práticas agrícolas, que visa recuperar o planeta e reabilitar o solo para mantê-lo produtivo o maior tempo possível, integra o conceito de agricultura regenerativa, também nomeada de agricultura positiva pela Syngenta. Essa prática atua a favor da biodiversidade, da preservação de florestas e do armazenamento de recursos hídricos, auxiliando ainda no sequestro de carbono.
Qual é a importância da conservação do solo?
No solo estão presentes organismos e microrganismos que fazem a ciclagem de nutrientes, ou seja, atuam devolvendo essas substâncias para o solo e tornando-o mais saudável. A presença deles também é essencial para a entrada de ar e água, pois são responsáveis também pela manutenção da estrutura do solo e fatores a ele relacionados, como porosidade, permitindo que boa parte da água da chuva se infiltre, contribuindo para diminuir as chances de erosão.

O relatório da FAO destaca o impacto da erosão, que reduz o rendimento das lavouras e a capacidade do solo de reciclar carbono e armazenar nutrientes e água. Somente na produção de cereais, as perdas por conta da erosão são estimadas em 7,6 milhões de toneladas por ano.
A degradação do solo também é um dos principais fatores que agravam as mudanças climáticas. O carbono e o óxido nitroso presentes no solo são liberados na atmosfera, agravando o prejuízo à biodiversidade e à capacidade de retenção de água, o que afeta diretamente a produtividade.
Assim, a conservação do solo proporciona uma série de benefícios econômicos, ambientais e sociais, como por exemplo:
- aumento da quantidade de matéria orgânica, da atividade biológica e da estabilidade estrutural do solo;
- maior disponibilidade de água no solo, pela maior infiltração da chuva, o que reduz as chances de erosão;
- eliminação ou redução das operações de preparo do solo, o que proporciona economia financeira para o produtor;
- aumento da produtividade das lavouras, garantindo mais alimentos e renda.
Assista ao vídeo e entenda mais sobre solos degradados:
Um solo degradado ameaça não somente a produção agrícola, mas também os animais, a saúde humana e o meio ambiente. Diante dessa realidade, é importante investir em técnicas que compõem a agricultura regenerativa, buscando promover mais sustentabilidade para o setor e para o meio ambiente.
Boas práticas de manejo do solo
Práticas de conservação do solo consistem em técnicas que aliam produtividade, sustentabilidade e rentabilidade, como por exemplo o sistema de plantio direto.
O que é o sistema de plantio direto (SPD)?
O sistema de plantio direto é uma técnica de semeadura que visa a mínima exaustão do solo e é caracterizada por um conjunto de práticas agrícolas que seguem três princípios fundamentais:
- Ausência ou revolvimento mínimo do solo: o recomendado é realizar o revolvimento apenas na linha de plantio para eliminar as camadas compactadas do solo e deixá-lo mais homogêneo. Dessa forma, ocorre um melhor aproveitamento de nutrientes, graças à permanência dos resíduos.
- Cobertura do solo com palhada: a semeadura é feita diretamente na palhada advinda do plantio anterior, o que auxilia a reduzir a erosão, manter a temperatura ideal para as plantas e diminuir as emissões de dióxido de carbono. Além disso, dificulta a evaporação de água, aumentando a umidade do solo, característica que confere maior capacidade de suportar períodos de déficit hídrico, aumenta a ciclagem do solo e melhora a sua fertilidade.
- Rotação de culturas: essa prática permite a alternância de diferentes cultivos em uma mesma área, melhorando os atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Além disso, possibilita programas de manejos conscientes, com a utilização necessária de defensivos agrícolas, reduzindo a resistência de pragas, doenças e plantas daninhas.
Dessa forma, o sistema de plantio direto possibilita diversas vantagens, tais como:
- a redução do uso de máquinas agrícolas, o que contribui significativamente para a diminuição da emissão de gases poluentes e para reduzir a compactação do solo, causada pelo peso do maquinário;
- a diminuição da erosão do solo, uma vez que a cobertura orgânica reduz o impacto das chuvas sobre ele;
- o aumento da eficiência dos fertilizantes aplicados;
- o aumento da atividade biológica do solo, com a recuperação e preservação da matéria orgânica (reduz em torno de 75% das perdas).
Assista ao vídeo para saber mais:
O papel da Syngenta na agricultura regenerativa
A agricultura regenerativa, também conhecida como agricultura positiva, é parte essencial da superação dos desafios vividos no campo, e a Syngenta reconhece a importância de seu papel na evolução sustentável.
As certificações de sustentabilidade, por exemplo, são uma forma de comunicar ao consumidor que aquele produto é resultante de uma produção dentro dos padrões ambientais adequados, socialmente justa e economicamente viável.
Com isso, o consumidor tem o poder de escolha por produtos que passaram por processos mais sustentáveis e essa atitude colabora para termos acesso a alimentos com maior valor agregado e com menor custo de produção. Isso mostra a preocupação e o comprometimento da Syngenta em promover, cada vez mais, a sustentabilidade na agricultura por meio de ações concretas.