3 maneiras em que a agricultura pode auxiliar no combate à crise climática

Sustentabilidade
agricultura combate a crise climática

Precisamos fazer mais do que falar sobre os desafios de nosso planeta: a crise climática deve ser não apenas debatida, mas combatida – e esse é o tema central do nosso conteúdo. A agricultura vem sofrendo diversos impactos decorrentes das mudanças climáticas e ambientais. Mas trazemos boas notícias: as atividades que alimentam o mundo também são as que podem regenerá-lo.

A ideia de que o agro e o meio ambiente estão em lados opostos ficou no passado. Hoje, tanto produtores rurais quanto ambientalistas e cientistas concordam que a integração sustentável entre esses dois mundos é o melhor caminho para um futuro próspero.

De acordo com pesquisadores da Embrapa e da Unicamp, a forma de produzir alimentos precisa mudar rápido, tanto na adaptação de cultivares e manejos, buscando melhorar o desempenho de acordo com as mudanças climáticas que já estão exercendo influência nas lavouras, quanto na mitigação, para impedir que essa situação evolua.

O braço direito do setor neste momento tão decisivo e importante está sendo, sem dúvidas, a tecnologia. Com o engajamento de empresas de base científica, como a Syngenta, no combate à crise climática, produtores têm acesso a insumos adaptados para o cenário atual, desenvolvidos com foco em performance e sustentabilidade. 

Já do lado dos profissionais do campo, as boas práticas de manejo e o conhecimento técnico atualizado são os responsáveis por viabilizar uma agricultura regenerativa e produtiva.

Depois de um longo período de dúvidas sobre como aumentar a produção para alimentar cerca de 10 bilhões de pessoas até 2050, ao mesmo tempo que se tenta reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa na cidade e no campo, encontramos a resposta na própria agricultura.

Primeiramente, como a crise climática afeta a agricultura? 

No conteúdo sobre como a agricultura vem sendo impactada pelas mudanças climáticas, nós detalhamos quais são as projeções para o futuro do setor e do planeta. Mas, se fôssemos eleger um ponto crítico principal para responder como a crise climática afeta a agricultura, poderíamos concluir que o desequilíbrio nasce com o aumento das temperaturas. 

E é por isso que todos os esforços estão atualmente voltados para o mercado de carbono e para a redução da emissão de gases do efeito estufa no planeta. O efeito estufa é um fenômeno natural, formado por gases que mantém a temperatura necessária para a vida na terra, mas quando ocorre um excesso na emissão de gases poluentes, como o gás carbônico (CO2), as temperaturas sobem acima do desejado, dando origem ao aquecimento global.

aquecimento global

Segundo a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), desde 1880 as temperaturas globais mostram um crescimento de 0,8 ºC a cada dez anos – o que é intensificado com o efeito estufa e com a taxa de aquecimento do planeta. Para a agricultura, o aumento da temperatura vai além da necessidade de ter plantas mais resistentes, já que esse fator por si só já altera as chuvas, a umidade e o ciclo das plantas. 

Em termos de genética, pesquisadores já buscam soluções, desenvolvendo cultivares com maior adaptação às altas temperaturas. No entanto, estudos avançados da Embrapa ressaltam que o melhoramento genético é limitado. Se o planeta registrar um acréscimo de 2ºC, por exemplo, as próprias plantas terão dificuldade em realizar a fotossíntese.

A instituição também alerta que, caso as mudanças climáticas continuem no ritmo atual, a geografia da produção agrícola no Brasil e no mundo poderá mudar. Ou seja, regiões de alta produtividade podem sofrer impactos negativos no potencial produtivo até 2050, principalmente nas áreas tropicais e subtropicais. 

De um ponto de vista geral, a crise climática não combatida reduzirá a disponibilidade de alimentos, elevará os custos de produção, reduzirá a rentabilidade para os produtores e encarecerá os preços nos mercados. Para seguirmos na direção oposta a esse cenário, é fundamental o trabalho conjunto do campo, da cidade, da sociedade e das autoridades mundiais.

A agricultura pode combater a crise climática: fato ou fake?

Fato, e essa é a boa nova! Se antes a preocupação era apenas sobre como produzir em meio à crise, agora temos como empenhar esforços para mitigar essa situação, e o agro tem papel fundamental nessa missão.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), cerca de 22% dos gases de efeito estufa antropogênicos vêm da agricultura, silvicultura e outros tipos de uso da terra. Além disso, estudos indicam que o uso da terra agrícola teve impacto significativo na perda de carbono do solo ao longo de 12.000 anos, algo em torno de 8% do estoque global total de carbono do solo. 

Considerando que o solo é um grande reservatório de gás carbônico, entendemos então por que o desmatamento e a degradação de áreas são procedimentos tão prejudiciais para o clima e para a agricultura em si. Temas recorrentes em conferências mundiais, essas práticas favorecem a crise climática e não só liberam CO2 na atmosfera, como também reduzem a capacidade de sequestro e armazenagem de gases do efeito estufa pela natureza.

Segundo a Embrapa, o Brasil tem cerca de 36 bilhões de toneladas de carbono armazenados, especialmente na Amazônia e na região Sul. Temos, assim, o maior estoque global de carbono, com um volume que corresponde a cerca de 5% do total mundial – e é isso, somado a nossa alta capacidade de produção agrícola sustentável, que faz do nosso país peça fundamental no combate à crise climática.

No entanto, no ano de 2020, nosso país esteve na contramão do mundo e aumentou em quase 10% a emissão de GEE, chegando ao maior índice desde 2006.

De acordo com os dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a poluição energética diminuiu 4,5% devido a pandemia, mas os aumentos no desmatamento das florestas e nas emissões provocadas pela agropecuária elevaram os índices, anulando as demais reduções.

As políticas públicas e os esforços privados para combater o desmatamento são extremamente importantes nesse momento e, por isso, essa pauta brasileira se tornou mundial. As florestas podem atuar em duas frentes significativas no combate ao aquecimento global e suas mudanças climáticas:

  • sumidouro de CO2 situação em que a vegetação absorve mais gás carbônico do que emite, sequestrando CO2 da atmosfera. 
  • fonte de CO–  quando queimadas e desmatamentos nessas áreas liberam gás carbônico, reduzindo a capacidade de absorção, aumentando a emissão e contribuindo com o efeito estufa.
sumidouro de co2

3 maneiras em que a  agricultura pode  combater a crise climática em nosso planeta 

Agora que já entendemos melhor como a crise climática afeta a agricultura e como a própria agricultura pode ser chave no combate ao  aquecimento global, conseguimos então concluir e responder a seguinte questão: de que forma o agro pode contribuir, na prática, para a sustentabilidade do planeta?

1. Recuperação de áreas degradadas

A recuperação de áreas degradadas é fundamental para que seja possível chegar a um futuro sustentável e cumprir as metas para 2050. Precisaremos alimentar cerca de 10 bilhões de pessoas e, para isso, a produção agrícola precisa crescer.

Em contrapartida, entendendo a importância das florestas e da preservação do solo para reduzir os GEE da atmosfera, temos o desafio de aumentar a produtividade sem aumentar o desmatamento e as queimadas. Como fazer isso? 

  • Investindo em tecnologia para elevar o potencial produtivo das áreas que já são cultivadas.
  • Investindo na recuperação de áreas degradadas, como pastagens que estão em risco de desertificação.

De acordo com The Guardian, cerca de 40% do solo mundial se encontra degradado. Diante da seriedade da questão, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a década de 2021-2030 como a Década da Restauração de Ecossistemas, estipulando uma meta de recuperação de pelo menos um bilhão de hectares degradados de terra.

restauração do ecossistema

Para 2050, pressupõe-se a restauração de cerca de 5 bilhões de hectares (35% da área terrestre global), adotando medidas como agrossilvicultura, manejo de pastagens e regeneração natural assistida. Dentro desse cenário, os benefícios esperados são:

  • aumento de 5 a 10% nas colheitas dos países em desenvolvimento, em comparação com a linha de base; 
  • melhoria da saúde do solo e maiores rentabilidades, limitando os aumentos dos preços dos alimentos;
  • aumento da capacidade de retenção de água do solo em torno de 4% em terras de sequeiro;
  • aumento dos estoques de carbono em 17 gigatoneladas líquidas entre 2015 e 2050;
  • retenção de 11% da perda da biodiversidade.

Como medidas para restauração florestal e do solo, temos sistemas com alto potencial de regeneração como semeadura ou plantio direto, sistemas agroflorestais e integração lavoura-pecuária-floresta. 

2. Retenção e sequestro de carbono

Com boas práticas de manejo agrícola, podemos potencializar a retenção e o sequestro de carbono, recuperando áreas degradadas para evitar o desmatamento e restaurar os ecossistemas, viabilizando o aumento da produtividade sem a necessidade de abertura de novas lavouras. 

Em conjunto com insumos de alta performance e tecnologia, essas boas práticas de manejo posicionam a agricultura como solução em segurança alimentar e meios de subsistência para as próximas gerações. Em sistemas sustentáveis, como a integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que trabalham com Agricultura Regenerativa, as zonas rurais conseguem proteger o solo e a vegetação, evitando a liberação de CO2 e aumentando o potencial de absorção daquela área. Confira:

Como vimos ao longo da leitura, existem políticas públicas e acordos mundiais que estipulam metas de reflorestamento, buscando aumentar o potencial sumidouro de carbono no planeta. No entanto, é importante ressaltar: em um estudo recente e inédito, liderado pela Universidade de Melbourne e intitulado "The Land Gap" (A Lacuna do Solo), 20 cientistas afirmaram que o plantio de novas árvores não é a solução para a crise climática.

As medidas atuais de reflorestamento requerem 1,2 bilhão de hectares de terra para serem cumpridas, uma área maior que a dos Estados Unidos. Por ser um desafio planetário, os pesquisadores reforçam que é preciso combater firmemente o desmatamento e a degradação dos ecossistemas que já existem.

Além do plantio de novas árvores, é extremamente importante preservar as florestas que já temos e começar a cultivar alimentos em conjunto com a natureza, empenhando todos os esforços possíveis para praticar uma agricultura positiva e produtiva.

3. Restauração de Ecossistemas 

A restauração de ecossistemas é a base da Agricultura Regenerativa. Nesse sistema, o objetivo principal é restaurar os solos e a biodiversidade, adotando medidas sustentáveis para elevar a produtividade, mantendo a estrutura e cobertura do solo, aumentando o acúmulo de matéria orgânica e diversificando cultivos e atividades agrícolas.

Com a integração da produção agropecuária, as áreas agricultáveis conseguem recuperar seu equilíbrio natural, o que gera diversos benefícios para as lavouras, como a redução da necessidade de intervenções químicas – ou seja, os produtores ganham eficiência no cultivo, no controle, nos manejos e na redução dos custos.

Do lado climático, esse sistema favorece o ciclo do carbono, aumentando a retenção e o sequestro de CO2 nas áreas agrícolas,combatendo o aquecimento global como um todo.

A transformação por meio da Agricultura Positiva já acontece por aqui

A seguir, apresentamos algumas das ações da Syngenta para posicionar a agricultura no combate à crise climática, ambiental e alimentar:

  • fitossanitários de alta performance, desenvolvidos com inovação de ponta, que exigem menos aplicações para maior eficácia e são alinhados às necessidades ambientais;
  • sementes adaptadas às mudanças climáticas e à superação de pragas e doenças resistentes, com maior potencial produtivo;
  • produtos biológicos – biocontroles, biofertilizantes e bioestimulantes que, combinados ao manejo químico, contribuem para a sustentabilidade de lavouras;
  • soluções digitais abrangentes para melhorar os rendimentos e a lucratividade por meio da proteção de cultivos e de prescrições de semeadura.

De inovação, a Syngenta entende:

  • Criamos a couve-flor iStem® , que torna a couve-flor inteiramente comestível e, assim, reduz o desperdício de alimentos.
  • Criamos o Cropwise, uma nova ferramenta digital que fornece aos agricultores os melhores e mais atualizados conselhos sobre como cultivar suas lavouras de forma mais sustentável.
  • Registramos no Brasil o PLINAZOLIN® technology, molécula que será a base de uma família revolucionária de inseticidas de alta performance.
    O ingrediente ativo possui um novo modo de ação e é indicado para o manejo de um amplo espectro de pragas para as quais os produtos existentes já não oferecem mais um controle tão efetivo, como percevejos, ácaros, tripes, lagartas, brocas e até mesmo formigas. 

Quer saber mais sobre o assunto? Acesse nossa página sobre Agricultura Regenerativa e confira as iniciativas Syngenta. 

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